o bigode da maria ao contrário de outros blogs não permite a utilização de fotografias que não tenham sido pilhadas ou tenham uma origem verdadeiramente duvidosa e também odíamos lamechas auto-biográficas. esta fotografia e post são a excepção. fui eu que tirei a fotografia, confesso.
no ano passado no gay pride de new york.
começámos ( sim éramos 2 ) na 5th av. com a rua 52 . em frente ao "saks" com as montras cobertas com partes de uma grande bandeira feita por amigos e familiares de vitímas da SIDA. um dos muitos ícones da cidade a apoiar a causa. antes de começar a parada propriamente dita, os dois convidados desse ano apresentam para um batalhão de jornalistas as principais causas desse ano. o casamento entre homosexuais.
ao nosso lado uma mulher jovem com a sua filha pequena e uma amiga com o respectivo rebento. aguardavam como nós o começo do desfile.
dura mais 6 horas.
ao fim duas já estava farto de tantas associações gay. das lésbicas motorizadas á APICHA, da policia aos gays latinos com uma bandeira onde só não estava representada a bandeira de portugal. do candidato a mayor com o seu namorado a um travesti com o seu papagaio e cão...
depois de passarem os primeiros rapazes despidos começámos a descer a avenida ao ritmo da parada. ao chegar a chelsea a coisa começa a mudar, as varandas dos prédios estão repletas de gente em festas particulares. as ruas também estão cheias e todos participam.
ao chegar a christopher street em greenwich village é a festa total!
o ambiente é inesquecível. livre.
todas as ruas são uma imensa festa com milhões (sim são mesmo cerca de 2,5 milhões) de pessoas nas ruas. destaco os tacos mexicanos que comemos sentados no chão com limonada feita na altura, ao lado de uma porta de um prédio onde algumas crianças vendiam brownies e garrafas de água e claro um concerto de hip-hop feito ao despique por travestis de associações do bronx e queens. o principio da noite.
pelas ruas a agitação é imensa. festas em todos os bares e restaurantes da zona. sessões de autógrafos com rapazes de calendários, todo o tipo de bugigangas estão para venda (eu comprei um cinto com as cores da bandeirinha, ele comprou 2 pins do keith haring ).
o culminar da semana do gay pride é um enorme fogo de artifício que tivémos que ver de longe porque a afluência era tal que a policia encerrou todos os acessos a west street.
este ano não estava preparado para a festa em lisboa. como devem compreender.
no começo sentia-me assim. assustada como neste quadro de roy lichenstein. agora estou só ansiosa. a localização do museu nunca foi do meu agrado. o ccb apesar de nos últimos anos não ter feito nenhuma exposição realmente importante ou relevante para o panorama artístico lisboeta ou nacional, ainda é o único espaço público com condições para acolher exposições de arte contêmporanea. para mim a colecção devia ter sido negociada para noutro local. talvez a cordoaria nacional com um projecto de requalificação daquele espaço, ou num dos muitos espaços industriais disponíveis na cidade. neste momento, lisboa que não entra no circuíto das exposições importantes mundiais perdeu mais uma vez a hipótese de o fazer.
